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CARLOS VERGARA NO MAM

 

Um dos principais artistas de sua geração, Carlos Vergara vem caracterizando sua produção mais recente por uma indagação muito particular sobre os limites do código pictórico, tendo como elemento propulsor não à circunscrição de seu fazer aos limites do atelier – com as ferramentas tradicionais do pintor – mas, pelo contrário, preferindo o embate direto com a natureza física e cultural do país de onde extrai seus registros, índices de sua existência real, distante do circuito institucionalizado da arte.

Um neoromântico de volta à natureza para descrevê-la e interpretá-la ao seus moldes, por exemplo, dois antigos pintores-viajantes? Felizmente não ou, pelo menos, não de todo. Embora romântico na essência, o movimento de Vergara rumo à natureza não visa interpretá-la mas sim deixar que ela se registre por si mesma, contando com artista apenas como uma espécie de “acesso”.

Sobre suporte prévia ou posteriormente trabalhado pelo artista, a natureza contamina o campo plástico através de índices de si mesma: fuligem, marcas de plantas, pegadas de animais... sinais de uma vida alheia à arte que, transportado para os espaços das galerias e museus, passam a interagir com o universo alto-centrado da busca da forma-pura, embora em nenhum momento deixem de sugerir suas origens mais remotas...

Estranhas na complexidade formal que as caracteriza, inquietantes em suas viagens e na configuração final que assumem quando trazidas para o campo institucional da arte, essas pinturas e monotipias de Carlos Vergara precisam ser vistas pelo público paulistano, que agora pode contemplá-las no espaço no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Museu de Arte Moderna de São Paulo

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